Peças de jogo de letras empilhadas, com destaque para a palavra “VOTE” no centro. A imagem representa o uso simbólico de comunicação estratégica, tema central do artigo sobre marketing aplicado ao plano de governo.

Marketing aplicado ao plano de governo: 8 lições estratégicas para vencer em 2026

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José Roberto Martins

Jornalista e Especialista em Comunicação Governamental e Marketing Político | IDP Brasília

Pesquisando sobre estratégias para elaborar um bom plano de governo, tenho relido minhas anotações da pós-graduação em Marketing, que fiz na FAE Business School, em Curitiba.

Ao repassar o conteúdo da disciplina de Comunicação Integrada de Marketing, percebi que vários conceitos aprendidos ali, mesmo vindos do mundo dos negócios, podem ser adaptados à política e aplicados na construção de um plano de governo com mais força estratégica e conexão com as pessoas. Neste artigo, quero compartilhar essas ideias com você.

Mas o que é a Comunicação Integrada de Marketing?

A Comunicação Integrada de Marketing parte de um princípio simples, mas poderoso: toda comunicação precisa ter um objetivo claro, coerente com a identidade da marca, com o público e com o momento. E mais: precisa ser planejada para:

  • Funcionar bem em diferentes canais
  • Gerar experiências relevantes
  • Provocar resposta (em outras palavras, vender mais e vender sempre)

Esse raciocínio pode ser transposto para a política. No nosso tema específico, plano de governo, sabemos que também é uma construção estratégica e precisa ser pensado como parte de um grande sistema de relacionamento entre o candidato, a sociedade e as instituições.

Abaixo, destaco os principais aprendizados do marketing aplicado ao plano de governo, com base nos fundamentos de Comunicação Integrada de Marketing. Sem dúvida, serão dicas muito relevantes para candidatos à presidência ou aos governos estaduais nas Eleições 2026.

1. Diagnóstico antes da promessa

Nenhum plano estratégico começa pelas soluções. Começa pelo entendimento do cenário. Já falamos sobre isso antes e ainda vamos falar muitas vezes. Diagnóstico é vida!

Na Comunicação Integrada de Marketing, aprendemos que toda campanha bem-sucedida exige imersão: ouvir pessoas, levantar dados, observar tendências.

O mesmo vale para quem vai elaborar um plano de governo. É preciso conhecer a realidade nacional, regional e setorial, conversar com especialistas e entender os problemas antes de propor soluções. Em outras palavras, escutar antes de prometer.

2. Entender que existem públicos diferentes em momentos diferentes

Um bom plano precisa dialogar com perfis diversos de eleitores. A Comunicação Integrada de Marketing ensina que é preciso tratar de forma diferente quem já está decidido e quem ainda precisa ser convencido.

Em política, isso significa equilibrar propostas de impacto imediato com ideias que inspiram uma visão de longo prazo e saber como comunicá-las de maneira clara. Ou seja, segmentar com inteligência e empatia.

3. Transformar problemas em desafios estratégicos

Ao desenvolver campanhas, aprendemos a formular perguntas como:

  • “Por que as pessoas não compram esse produto?”
  • “Qual dor ainda não está sendo resolvida?”

No plano de governo, essa lógica é extremamente útil: identificar os problemas reais da sociedade, entender suas causas e transformar isso em desafios estratégicos. O plano deixa de ser uma lista de promessas e passa a ter um norte político bem definido.

4. Humanizar e conectar com o que importa para as pessoas

A disciplina reforça: comunicação eficaz é aquela que gera identificação emocional.

O mesmo deve valer para um plano de governo. Não basta que a proposta seja tecnicamente boa. Ela precisa tocar as pessoas, mostrar que existe compreensão das suas dores, esperanças e necessidades. Um plano bem feito considera a vida real e mostra como a política pode transformá-la para melhor.

5. Construir uma linha de pensamento clara

Assim como uma marca precisa de coerência, um plano de governo precisa de consistência estratégica. Todas as propostas devem girar em torno de um propósito central: que tipo de país/estado/cidade se quer construir?

 O plano é uma narrativa estratégica e não um caderno de recortes. A Comunicação Integrada de Marketing ensina a articular objetivos, canais e mensagens. O marketing aplicado ao plano de governo faz exatamente isso: organiza, costura e dá sentido ao todo.

6. Observar tendências e transformá-las em políticas públicas

Um plano de governo forte se alimenta do presente, mas mira o futuro. A Comunicação Integrada de Marketing trabalha com tendências que, bem observadas, se transformar em propostas de alto valor social. Veja alguns exemplos relevantes:

  • Consumo consciente: pode inspirar políticas de economia circular, incentivo à produção limpa, redução de desperdício e novos modelos de consumo que respeitem o meio ambiente e fortaleçam economias locais.
  • Valorização da cultura local: fortalece políticas de identidade, turismo, gastronomia regional e desenvolvimento com base nas raízes culturais, gerando pertencimento e renda.
  • Bem-estar físico e mental: o cuidado passou a ser reconhecido como valor central após a pandemia. Isso exige políticas que ampliem o acesso à saúde mental, articulem saúde com educação e assistência social, e que também valorizem a economia do cuidado e os profissionais que atuam nela.
  • Diversidade e representatividade: são vetores fundamentais para políticas públicas de equidade, combate à discriminação e construção de uma sociedade mais justa.
  • Tecnologia a serviço das pessoas: além da conectividade e digitalização de serviços, o uso crescente da inteligência artificial pede ética e transparência.
  • Reconexão social e pertencimento: em um cenário de polarização e solidão digital, cresce o valor das políticas que geram vínculos reais. O plano pode incorporar propostas que estimulem o convívio, o diálogo e a colaboração.
  • Governança em rede: estados e municípios vêm se articulando em consórcios e fóruns colaborativos para enfrentar desafios comuns. Um plano de governo atual deve prever a entrada ativa do ente federado em redes de soluções públicas, acelerando o uso de boas práticas já testadas com sucesso.

É essencial observar com atenção essas e outras tendências da vida contemporânea. Elas ajudam a manter o plano sintonizado com o que as pessoas já vivem e desejam.

7. Pensar com criatividade, mas com os pés no chão

Ideias boas nem sempre são caras. A Comunicação Integrada de Marketing mostra como soluções simples podem gerar grandes impactos.

Um bom plano de governo precisa de ousadia, mas sem perder a viabilidade. Inovar é importante, desde que a proposta se sustente na prática. O marketing aplicado ao plano de governo valoriza a criatividade com propósito, focada em resolver problemas reais.

8. Convidar o cidadão a fazer parte

As marcas mais fortes são aquelas que criam engajamento. Da mesma forma, um plano de governo precisa mostrar que o cidadão faz parte do projeto.

Desde a fase de diagnóstico até a execução das políticas, a população pode e deve ser ouvida. Participação social, transparência, controle cidadão e mecanismos de escuta ativa são instrumentos essenciais. Eles constroem pertencimento e fortalecem a democracia e a reputação do candidato.

Em resumo

A Comunicação Integrada de Marketing mostra que uma boa estratégia nasce do encontro entre dados, sensibilidade, criatividade e propósito. E, ao adaptar esses aprendizados para a política, vemos com clareza como eles podem tornar um plano de governo mais humano, mais conectado com as pessoas e mais efetivo para transformar a realidade.

Se você vai construir ou assessorar um plano de governo para as Eleições 2026, considere essa abordagem. Um plano não deve ser apenas técnico ou burocrático: ele precisa ser um instrumento vivo de diálogo entre o povo e o que queremos construir.

Gostou deste conteúdo? Aqui no blog Plano de Governo, temos outros artigos que mostram caminhos para construir propostas mais claras, viáveis e conectadas com as demandas da população. Acompanhe as nossas publicações e fortaleça sua estratégia para as Eleições 2026.