Veja como preparar o terreno, transformar incertezas em vantagens e estar pronto para as Eleições 2026
O plano de governo costuma ser visto como algo para ser tratado apenas quando a candidatura já está definida. O problema é que, com isso, um tempo precioso pode se perder.
O que fazer, então, mesmo sem saber se será candidato em 2026 ou se disputará um cargo no Executivo? Ainda assim, é possível antecipar etapas fundamentais:
- Escutar a população
- Conversar com especialistas
- Organizar informações
- Mapear desafios
- Construir diagnósticos
E isso nunca será um trabalho perdido, mesmo se a candidatura ao Executivo não se concretizar. Pelo contrário, são ações que fortalecem a presença política e deixam o caminho pronto para qualquer cenário.
Escutar é grátis e vale muito
Quem não sabe ainda se será candidato muitas vezes não tem recursos, sejam materiais, financeiros ou humanos, para começar a elaborar um plano de governo com antecedência.
Mas, plagiando aquele velho comercial, existem coisas que o dinheiro não compra… porque são de graça! Uma delas é, em primeiro lugar, ouvir as pessoas. Esse passo, muitas vezes visto como burocrático e trabalhoso, é na verdade o mais rico do processo.
É possível organizar encontros em bairros, reuniões em diferentes municípios ou conversas com lideranças de áreas específicas, como professores, médicos, agricultores e empresários. Assim, ao mesmo tempo em que se mostra presente, próximo da realidade das pessoas, quem quer se candidatar coleta insumos que servirão de base para o futuro plano de governo.
Além disso, esses momentos reforçam a imagem pública: quem escuta demonstra preocupação com as demandas reais. Portanto, mesmo que a candidatura não se confirme, quem age assim já terá construído capital político ao se posicionar como alguém atento, disponível e comprometido.
Como coletar ideias desde já
Reuniões presenciais são um bom passo, mas, por outro lado, não é preciso depender apenas desses encontros. Hoje, os canais digitais permitem ampliar a escuta. Muitos políticos e partidos, para dar o pontapé inicial ao plano de governo, já criaram sites do tipo “A cidade que queremos” ou “O estado que queremos”, organizando os temas em áreas como saúde, educação, segurança, mobilidade, cultura etc. Esses sites funcionam como grandes caixas de sugestões, permitindo que qualquer cidadão contribua com ideias e opiniões.
Outra alternativa é criar formulários online, como no Google Forms, para levantar percepções sobre problemas locais, prioridades da população e até coletar contatos de apoiadores (sempre respeitando a LGPD!). Nesse sentido, todo esse material gera uma base organizada, que pode ser usada tanto para pensar o plano de governo com antecedência quanto para a comunicação da pré-campanha.
Como envolver o partido e usar bem os recursos disponíveis
Muitas vezes, quem hesita em começar cedo justifica: “Não sei se serei o candidato, por que gastar tempo e energia agora?”. Nesse ponto, a resposta passa pelo papel do partido. Mesmo sem nomes definidos, o partido pode e deve trabalhar em um projeto de governo para a cidade, o estado ou o país.
Esse planejamento pode ser financiado com recursos do fundo partidário, investindo em:
- Pesquisas qualitativas para ouvir a população
- Viagens pelos municípios
- Reuniões com lideranças setoriais
- Diagnósticos sobre políticas públicas
- Montagem de equipe dedicada ao planejamento estratégico, para organizar informações, sistematizar diagnósticos, desenhar cenários, bem como dar coesão ao projeto de governo.
Quando se antecipa e constrói propostas sólidas, o partido se credencia para disputar com nome próprio ou negociar alianças em posição de maior vantagem. Ou seja, preparar um plano de governo com antecedência deixa de ser apenas antecipar o cumprimento de uma exigência formal da Justiça Eleitoral e passa a ser um ativo político.
O papel de institutos e fundações partidárias
Outro caminho para pensar o plano de governo mesmo antes de se definir a candidatura são os institutos e as fundações partidárias. Todos os partidos devem ter um órgão desses, de caráter educativo, que cumpra o papel de capacitar seus integrantes para propor políticas públicas consistentes.
Por lei, esses órgãos recebem no mínimo 20% da cota do fundo partidário ao qual a legenda tem direito, o que facilita:
- Desenvolver estudos e pesquisas sobre temas relevantes
- Realizar simpósios e eventos
- Promover debates e diálogos sobre temas de interesse público
- Subsidiar a formulação de políticas públicas e propostas de governo
Portanto, mobilizar a fundação ou o instituto do partido é um passo inteligente para, o quanto antes, dar consistência técnica e credibilidade ao plano de governo.
Benefícios que permanecem, mesmo sem a candidatura
Seja individualmente ou por meio do partido, antecipar a preparação do plano de governo com antecedência traz benefícios claros:
- Garante que o conteúdo seja fruto de demandas reais da população
- Dá tempo para amadurecer diagnósticos e soluções, sem improviso
- Ajuda a posicionar a candidatura e o partido como atores responsáveis e preocupados com o futuro
- Evita a correria de última hora, que costuma gerar documentos frágeis e genéricos.
E mais um ponto importante: mesmo que você não seja candidato, o material produzido não se perde. Ele pode:
- Orientar a comunicação política
- Embasar discursos
- Alimentar redes sociais
- Fortalecer debates internos no partido
- Subsidiar alianças.
5 passos para iniciar o plano de governo com antecedência
- Organize uma agenda para ouvir a população: reuniões em bairros, encontros temáticos e visitas a municípios
- Estruture canais digitais: site colaborativo, formulários online, grupos de Whatsapp, enquetes no Instagram e outras redes abertas ao diálogo
- Mapeie lideranças e especialistas: ouvir quem entende dos setores-chave enriquece as propostas
- Articule com o partido: alinhe o uso de recursos do fundo partidário para pesquisas e diagnósticos
- Ative a fundação ou instituto partidário: aproveite a expertise e os estudos já disponíveis e a possibilidade de aprofundar diagnósticos.
Em resumo: estar preparado faz toda a diferença em 2026
Preparar um plano de governo com antecedência, mesmo sem ter certeza da candidatura, é um investimento estratégico. Cada passo dado hoje, como ouvir a população, coletar informações, dialogar com lideranças e organizar ideias, se transforma em base sólida para qualquer cenário eleitoral.



