Imagem gerada por inteligência artificial mostra uma equipe em reunião, analisando um slide com a capa do livro A Arte da Guerra, de Sun-Tzu, e frases estratégicas, simbolizando a construção de um plano de governo segundo Sun-Tzu.

Plano de governo segundo Sun-Tzu: conheça mais 5 lições do livro milenar

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José Roberto Martins

Jornalista e Especialista em Comunicação Governamental e Marketing Político | IDP Brasília

Na primeira parte desta série, você viu como 5 ensinamentos clássicos de A Arte da Guerra, de Sun-Tzu, ajudam a construir um plano de governo estratégico, eficiente e à frente dos adversários.

Agora, te convido pra continuarmos essa reflexão, com mais 5 lições extraídas do livro. São trechos que sublinhei quando li A Arte da Guerra, nos pontos que mais me chamaram a atenção sobre liderança, planejamento e domínio estratégico.

Esses princípios milenares seguem extremamente atuais e vão nos ajudar a pensar nas Eleições 2026. É sempre bom lembrar que o plano de governo tem que ser entregue ao TSE no momento do registro da candidatura e se tornará um documento público. Ou seja, estará disponível para ser analisado por eleitores atentos e adversários estratégicos. Portanto, muito cuidado e atenção na hora de criar esse documento tão importante!

Preparar um plano de governo segundo Sun-Tzu é garantir clareza, antecipação e propósito. Vamos às 5 novas lições:

1. Um plano forte elimina incertezas e conduz com firmeza

“Proíba todo o tipo de presságios e agouros, elimine todas as dúvidas e superstições.”

Em tempos de polarização, ruído digital e promessas vazias, um bom plano de governo é o documento que organiza as ideias e aponta o caminho. Ele substitui achismos por dados, desejos por compromissos e improviso por planejamento.

É a partir do plano de governo que a campanha se comunica com segurança e a equipe sabe aonde quer chegar e, especialmente, como chegar lá. Além do mais, um plano bem feito ajuda a espantar os palpiteiros e seus agouros e superstições…

2. Use critérios racionais: meça, compare e decida com base em dados

“As regras militares são cinco: medição, valoração, cálculo, comparação e vitória.”

Essa é uma das passagens mais objetivas de A Arte da Guerra. E pode ser aplicada literalmente à elaboração de um plano de governo:

  • Meça a realidade com base em diagnósticos
  • Saiba valorizar o que é essencial
  • Calcule o custo das propostas (e não estamos falando só de dinheiro, mas também do custo político)
  • Compare com modelos de sucesso
  • Trace o caminho para a vitória

Em suma, não existe plano sério sem método.

3. Um plano não serve só para prometer, mas também para surpreender

“Não repita as táticas que já lhe trouxeram vitórias, deixe que os seus métodos surjam das diversas circunstâncias.”
“Apareça em pontos vulneráveis onde o inimigo precisa se precipitar para a defesa; marche em velocidade para locais onde você não é esperado.”

Quem pensa que um plano de governo é só uma formalidade não entendeu seu poder.

Ele também serve para posicionar o candidato de forma positivamente inesperada, apresentando propostas inovadoras, abordando temas ignorados pelos adversários e surpreendendo o eleitor com uma visão de futuro clara e diferenciada. Isso só é possível com estudo, escuta e originalidade.

4. Um plano bem-feito impede que o adversário dite o jogo

“A forma mais elevada de comando é interromper os planos inimigos.”

Essa ideia é poderosa. Um plano consistente, lançado com antecedência e articulado com inteligência, tem o poder de inverter a lógica do debate eleitoral. Em vez de reagir, você antecipa; em vez de responder, você pauta.

Ao trazer propostas fundamentadas e compromissos viáveis, o plano força os adversários a se reposicionarem, até mesmo de forma apressada e defensiva.

5. O plano precisa de um propósito claro

“Um destino sombrio aguarda aquele que vence sem um propósito definido, pois o resultado é uma perda de tempo e de esforço.”

Por fim, a lição mais filosófica e, talvez, a mais importante. Não adianta vencer uma eleição com um plano genérico, fraco ou mirabolante, que ninguém sabe se vai sair do papel.

O plano de governo não é apenas para impressionar o eleitor ou cumprir exigência legal. Ele precisa refletir um projeto de país, de estado, de futuro. Um plano com propósito transforma votos em confiança.

Em resumo

Essas 5 lições complementam o que já conversamos na primeira parte desta série. Juntas, elas mostram que construir um plano de governo segundo Sun-Tzu é muito mais do que aplicar técnicas de gestão ou prometer obras. É pensar a política como estratégia, a campanha como disputa de narrativas e o plano como um farol de liderança.

Se você ainda não leu o primeiro artigo, vale muito a pena conferir:
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