O tempo dos PDFs frios ficou para trás! Aprenda como aplicar storytelling no plano de governo e escreva algo que vai turbinar a sua campanha eleitoral.
Contar uma boa história nunca foi apenas uma questão de estilo. É uma forma poderosa de organizar ideias, gerar sentido e engajar pessoas. E é exatamente isso que o storytelling no plano de governo pode oferecer: clareza, propósito e uma narrativa que transforma propostas em direção.
Quando a gente olha mais a fundo como grandes narrativas funcionam, seja na política, no cinema ou nos movimentos sociais, fica claro que os elementos centrais do storytelling podem (e devem) ser adaptados à construção de um bom plano de governo. Esses elementos formam um conteúdo riquíssimo, capaz de iluminar um aspecto ainda pouco explorado: a capacidade do plano de governo se tornar uma história compartilhável, compreensível e mobilizadora, e não apenas um repositório de promessas técnicas.
Não estou falando de colocar “firulas” no texto ou transformar um documento técnico em literatura. Mas, sim, de usar a lógica das narrativas bem construídas para estruturar melhor o plano, torná-lo mais envolvente e, principalmente, mais compreensível.
Afinal, por mais que o plano de governo seja uma exigência formal do TSE, ele também é (ou deveria ser) um guia claro da transformação que se pretende promover. Além de tudo, um plano de governo envolvente contribui para o andamento de toda a campanha, na TV, no rádio, no ambiente digital e nas ruas. O resultado: conquistar votos para vencer as eleições
O que é storytelling e o que isso tem a ver com plano de governo?
Storytelling é, em essência, a arte de contar histórias com propósito. Mas não qualquer história: uma boa narrativa tem começo, meio e fim, conflito, emoção, transformação. É assim que conseguimos prender a atenção, provocar identificação e despertar engajamento.
E isso vale para qualquer tipo de comunicação, inclusive um plano de governo. Quando estruturamos o plano com lógica narrativa, ele deixa de ser apenas um conjunto de promessas e passa a ser o mapa de uma transformação.
A jornada do herói aplicada ao plano de governo
A estrutura clássica do storytelling, conhecida como jornada do herói, pode ser adaptada para dar vida a um plano de governo com mais clareza, empatia e força política.
Veja como isso se traduz:
- Substância: todo plano precisa de um diagnóstico. Qual é a realidade atual? Onde estão os desequilíbrios, os gargalos, as injustiças? Aqui está o ponto de partida.
- Incidente inicial: o que aconteceu para que essa candidatura surgisse? O que rompeu o ciclo anterior e exige uma mudança?
- Composição: quais são os conflitos que precisam ser enfrentados? Desigualdades regionais? Estagnação econômica? Crise ambiental?
- Crise: o plano precisa mostrar que existe uma encruzilhada. E que as escolhas não são neutras: cada uma define um rumo.
- Clímax: é quando o plano alcança sua proposta mais ambiciosa. É a grande virada. O país (ou estado ou cidade) chega a um novo patamar.
- Resolução: o plano precisa deixar claro que há caminho, há como realizar e quais são os efeitos duradouros dessas ações.
Essa jornada pode ser aplicada tanto à história do candidato quanto à narrativa central do próprio plano.

O plano como movimento coletivo
Um plano de governo não se sustenta apenas na trajetória individual de um candidato. Quando bem construído, ele dá lugar a algo maior: uma narrativa coletiva, que une diferentes vozes em torno de uma causa comum e dá mais força para a construção da vitória eleitoral. E é aí que o storytelling se mostra ainda mais poderoso, porque boas histórias também criam pertencimento.
Alguns elementos fundamentais dessa construção:
- Causa: por que isso importa? O que está em jogo?
- Inimigo comum: o que precisa ser combatido para que haja mudança?
- Futuro que não queremos: quais as consequências de manter tudo como está?
- Futuro que queremos: qual é o país (ou estado ou cidade) que estamos propondo construir?
- Chamada para a união: um plano que convida, que abre espaço para a participação.
Com essa estrutura, o plano deixa de ser mais um PDF perdido nos arquivos do TSE e passa a ser uma proposta realmente mobilizadora.
A importância dos arquétipos na comunicação do plano
Além da estrutura da narrativa e da força das histórias coletivas, outro elemento essencial do storytelling no plano de governo é a definição de arquétipos.
Os arquétipos são padrões universais de comportamento e identidade que aparecem nas histórias desde sempre: o herói, o governante, o sábio, o fora-da-lei… Você já viu isso nos filmes de Hollywood e nas telenovelas. Eles ajudam o público a reconhecer, de forma quase instintiva, o papel de cada personagem dentro de uma narrativa.
Na comunicação política, esses arquétipos se manifestam tanto na figura do candidato quanto na forma como o plano de governo se apresenta: com que tom, com que postura, com que visão de mundo.
Alguns exemplos:
- Governante: transmite estabilidade, liderança, ordem.
- Herói: enfrenta desafios e propõe superação.
- Prestativo: coloca os mais vulneráveis no centro das prioridades.
- Criador: propõe inovação, novos caminhos.
- Sábio: apresenta dados, soluções técnicas, base analítica.
Esses arquétipos ajudam a dar coerência e autenticidade ao plano, o que facilita sua comunicação, inclusive nos materiais da campanha.

Em resumo
As Eleições 2026 estão chegando e vão exigir mais do que slogans e redes sociais ativas. O eleitor está cada vez mais exigente. E o plano de governo, mesmo sendo um documento formal, pode ser o alicerce de toda a campanha, desde que bem feito, bem escrito e narrativamente consistente. Storytelling te ajuda nisso!



